duas mãos segurando o resto de uma mulher

Preenchimento facial: o que é e como funciona

A harmonização tem feito sucesso entre os brasileiros — o país é um dos que mais realiza esse conjunto de procedimentos no mundo. Relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) aponta que, em 2020, 1.306.902 procedimentos de cirurgia plástica estética foram realizados apenas no Brasil, o que o coloca em segundo lugar no ranking global da entidade, perdendo apenas para os Estados Unidos. Um dos procedimentos mais feitos no país é o preenchimento facial, que repõe a perda de volume e remodela o rosto. Além de trazer novas possibilidades ao paciente, o procedimento é seguro e costuma ser minimamente invasivo. 

Entenda mais o que é preenchimento facial, quais substâncias costumam ser utilizadas e quais os procedimentos mais solicitados.

O que é preenchimento facial?

É o uso de uma substância para preencher a área e, consequentemente, atenuar linhas de expressão, vincos e rugas. Outra função do preenchimento é modificar o formato do rosto, deixando a região malar (conhecida como “maçã do rosto”) e mandíbulas mais proeminentes, por exemplo.

Além de modeladoras, as substâncias utilizadas são biocompatíveis com o organismo, ou seja, são pensadas para gerar o mínimo possível de chances de reações adversas. 

O preenchimento facial é invasivo?

Há diversas formas de aplicações do preenchimento, que vão desde a epiderme até o tecido subcutâneo. Portanto, existem também diferentes calibres de agulhas e cânulas para se aplicar o ácido. 

No geral, o procedimento é minimamente invasivo, principalmente quando comparado a cirurgias plásticas. A bioplastia para nariz, em que o ácido hialurônico é utilizado para remodelar a região, não necessita de cortes e incisões, por isso é uma alternativa válida à tradicional rinoplastia quando as correções desejadas pelo paciente são pequenas.

Qual a diferença entre preenchimento e harmonização facial?

O botox, por exemplo, é um procedimento de harmonização facial, mas não é preenchimento (vamos entender com mais detalhes ao longo do texto). O mesmo pode-se dizer sobre a rinoplastia, que é uma cirurgia e, portanto, mais invasiva.

Qual a substância utilizada para o preenchimento facial?

Diferentes substâncias já foram usadas para fazer o procedimento. Atualmente, o ácido hialurônico é largamente utilizado nos preenchimentos, independentemente da região (lábios, mandíbula, malar, olheiras), pois ele traz uma série de benefícios para a pele. Alguns sãos:

  • Hidratação: uma molécula de ácido hialurônico é capaz de reter mil vezes o seu peso em água. É por isso que a substância consegue deixar a pele preenchida, lisa e hidratada;
  • Compatibilidade com a pele: o ácido é um polissacarídeo produzido pelo organismo humano. É um componente do tecido conjuntivo da pele, cartilagem, osso e fluido sinovial (responsável por lubrificar articulações). Contudo, os laboratórios os desenvolvem para que sua apresentação consiga agir mais profundamente na pele e traga efeitos cada vez melhores. Portanto, as chances de que haja rejeição do procedimento são quase nulas — mas há algumas contraindicações.

No geral, o ácido hialurônico é utilizado para:

  • Tratar rugas fundas, como os sulcos nasolabiais ou nasogenianos (conhecidos popularmente como “bigode chinês”);
  • Redefinir contornos da face — queixo, mandíbula, nariz e maçãs do rosto;
  • Tratar o sulco nasojugal (olheiras);
  • Repor volume dos lábios.

Quais as contraindicações do ácido hialurônico?

O ácido hialurônico não deve ser aplicado em pacientes com alergias, doenças autoimunes, anemia e câncer. Grávidas e lactantes também não podem receber a substância, já que a maioria das composições comerciais traz lidocaína (anestésico local para diminuir a dor durante a inserção do ácido) e outros conservantes. 

Se houver alguma inflamação no local da aplicação, o ácido também não deve ser utilizado.

Além do ácido hialurônico, há outras substâncias usadas no preenchimento facial?

O ácido é o mais utilizado, mas não o único. Conheça outros biomodeladores utilizados atualmente:

Policaprolactona

Aprovada recentemente para uso no Brasil, a policaprolactona é um polímero biodegradável (que o meio ambiente decompõe) utilizado como preenchedor absorvível pelo organismo humano. Assim como o ácido hialurônico, o corpo o absorve completamente depois de algum tempo, o que faz com que a região onde houve a aplicação volte ao estado anterior.

A grande vantagem da policaprolactona, contudo, é o seu maior tempo de duração — pode chegar a quatro anos no organismo. Utiliza-se muito para definição de linhas faciais, tratamento de ruas e correção de assimetrias e irregularidades.

A substância preenche e também tem efeito bioestimulador, ou seja, é compatível com o organismo humano (bio) e estimula a produção de colágeno, substância responsável por proporcionar sustentação e firmeza à pele.

Sua aplicação é feita como PCL, polímero em formato de microesferas distribuídas em um gel de celulose carboximetilizada à base de soro fisiológico. A proporção é de 30% de policaprolactona e 70% de gel. 

Ácido poli–L–lático

Com nome comercial de Sculptra fora dos Estados Unidos, o ácido poli–L–lático (PLLA) é uma substância que nem o organismo humano nem o animal produz, portanto não necessita de um teste cutâneo. Apesar disso, é biocompatível, biodegradável e usado em produtos cirúrgicos por mais de 20 anos como componente de sutura absorvível. Seu principal uso é para tratamento de deformidades de volume e contorno facial. 

É injetado no periósteo (membrana óssea) ou subcutaneamente nas regiões que sofrem com a perda de gordura ou volume. Diferentemente do ácido hialurônico e da policaprolactona, o PLLA atua no aumento gradual de colágeno, ou seja, seus benefícios aumentam a cada sessão. Tem duração reportada de até dois anos após três sessões consecutivas de tratamento, com aproximadamente um mês de intervalo. 

É também considerado um bioestimulador por sua capacidade de estimular a produção de colágeno no local de sua aplicação.

Hidroxiapatita de cálcio

Com nome comercial de Radiesse, a hidroxiapatita de cálcio é uma substância injetável (por cânula ou agulha) que promove volume em determinadas regiões e também estimula a produção de colágeno. 

O uso da substância é indicado para repor volume na face, criar efeito lifting e definir contorno. Pode ser aplicada na face e no pescoço, mas também em outras áreas do corpo, como colo, glúteos, braços e barriga.

A hidroxiapatita de cálcio também tem efeito gradativo. Os resultados podem ser vistos após duas ou três sessões.

Botox é preenchimento facial?

Embora a toxina botulínica seja aplicada e faça parte do conjunto de procedimentos conhecido popularmente como harmonização facial, ele não é um preenchimento.

O botox funciona para evitar a formação ou atenuar rugas e vincos já formados na pele. Para isso, ele paralisa os músculos responsáveis por criar aquela marcação na pele.

Produzida pela bactéria Clostridium botulinum (a mesma do botulismo), a toxina é purificada e industrializada para uso humano. No organismo humano, ela impede a liberação de um neurotransmissor chamado acetilcolina, que faz a ligação entre os músculos e o cérebro. Com isso, o músculo não recebe o comando para se movimentar e a pele fica relaxada, evitando a formação ou aumento do vinco. Como o botox paralisa temporariamente o músculo, o profissional precisa ter muito treino e precisão para aplicar no local correto.

A aplicação de toxina botulínica também serve para aliviar assimetrias no sorriso, diminuir bruxismo (contração e ranger involuntário da arcada dentária) e tratar hiperidrose (excesso de suor que comumente acomete axilas, palma das mãos e sola dos pés).

Quais os principais tipos de preenchimento facial?

Conheça agora quais os procedimentos mais solicitados nos consultórios:

Bioplastia de nariz/rinoplastia não cirúrgica

Como dito, o preenchimento no nariz é uma excelente alternativa para quem deseja pequenas alterações na região, pois não é necessário fazer cortes ou incisões. As principais queixas solucionadas pelo procedimento são assimetria, osso proeminente, nariz em sela, ponta caída e formato sinuoso.

Para aumentar a eficácia e a durabilidade do procedimento, o cirurgião aplica uma versão mais viscosa e elástica do ácido. Rápida, a aplicação dura no máximo 20 minutos e só exige que a paciente use curativo de micropore por até 48 horas. Além disso, o tratamento não impede que o paciente trabalhe ou pratique exercícios no dia seguinte. Contudo, o profissional responsável dará as orientações adequadas.

Apesar de muito seguro, o ácido hialurônico traz riscos de necrose quando mal aplicado no nariz. Portanto, é essencial escolher um cirurgião experiente em procedimentos estéticos, cirúrgicos e dermatológicos. 

Preenchimento no malar

Como dito, a região malar compreende toda a área das maçãs do rosto. Ela costuma perder volume após os 30 anos, ficando mais evidente após os 35. A partir dessa faixa etária, os coxins de gordura começam a diminuir, deixando visível a “queda” e diminuição de volume das bochechas, além dos sulcos nasogenianos aumentarem. Ao mesmo tempo, ocorre uma redução da massa óssea do crânio. Esses dois efeitos fazem com que a região ganhe flacidez e tenha aspecto envelhecido.

O preenchimento facial no malar costuma ser feito com ácido hialurônico. A injeção da substância devolve volume ao terço médio da face, remodela (o paciente pode ficar com as maçãs mais salientes do que antes, caso prefira e faça sentido ao desenho do rosto), corrige as imperfeições e preenche os sulcos nasolabiais.

Preenchimento da mandíbula

O desenho do queixo costuma ser um dos mais solicitados dos pacientes — e isso não pela perda de volume causada pelo envelhecimento, mas pela possibilidade de deixar as mandíbulas mais marcadas, proporcionando uma expressão mais forte.

O tratamento é feito com cânulas em vez de agulhas, o que confere uma aplicação praticamente indolor. Contudo, ela é feita com anestesia local. 

Como o organismo absorve o ácido hialurônico, o procedimento pode durar de 1 a 2 anos. Contudo, a substância induz a produção de colágeno no local, o que faz com que o resultado nunca volte ao estado original.

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